2006-04-26

 

Prolonged Gratification Award: Scritti is back!

One of the albums I never tire of listening to, and always come back to, is Scritti Politti's Songs to Remember. So much is the love for this structuralist band (yes, Green is quite pretentious, just check the track "Jacques Derrida")that last time I was in Lisbon I almost slept with the 1982 vinyl---an imported vinyl as it was not released in Portugal. In the states I have the CD I bought in London in 2001 when I went bankrupt in the city's megastores two weeks after 9/11. I have even sampled the divine "Lions After Slumber" (mp3 excerpt) into my own "Propensity" (mp3) track (with a wink to Karl Popper as I am equally pretentious).

I can't believe I have been in love with this album for almost 25 years! Now I hear that a new Scritti album is on the way!. There is even a taste of it with the new track "Boom Boom Bap". Oh yes, the summer is coming and there is a new Scritti Politti album. I bet next year is going to be better than the past one!



By the way, 1982 was a pretty amzing year in music. Just consider the list of best albums of the year by the now defunct Melody Maker:

Orange Juice - You can’t hide your love forever
The Fun Boy Three - Fun Boy Three
The Cure - Pornography
Altered Images - Pinky Blue
Roxy Music - Avalon
ABC - The Lexicon of love
The Blasters - The Blasters
B.E.F. - Music of quality & Destinction
Duran Duran - Rio
The Associates - Sulk
Dexy’s Midnight Runners - Too-Rye-Ay
The Birthday Party - Junkyard
Yazoo - Upstairs at Eric’s
Culture Club - Kissing to be clever
Simple Minds - New Gold Dream
Bruce Springsteen - Nebraska
Scritti Politti - Songs to remember
Siouxie & the Banshees - A Kiss in the dreamhouse
Prince - 1999
John Cale - Music for a new Society
Michael Jackson - Thriller
Marvin Gaye - Midnight Love

2006-04-20

 

Wanna see me Disco?

I'm a gasoline gut with a vaseline mind: Deceptacon - Le Tigre (DFA Remix) (Real Media)

Buried under tenure files and end of semester insanity I find Zen in the DFA Remixes. Everytime I think Dance music gets stale, something like this happens and bang! Descartes gets Punked. Good dance music is the best antidote to mind/body duality; gets my mind juices flowing via the bodily groove. If you don't get it, check the DFA treatment of the Chemical Brother's "The Boxer".



2006-04-08

 

weather

Back in Bloomington and we get hit by tornados and golfball sized hail...



2006-04-04

 

Jesus, Bono e a Semiótica Zen

O ACHTUNG BABY tem estado em grande forma ultimamente. Como se os Blogself-deprecating type posts não fossem suficientemente bons agora há uma resposta fantástica, algo anti-evangélica, que me fez entrar num exercício de deconstrução do “Until the end of the World” na perspectiva da semiótica Zen (!).

Bono diz que realmente escreveu a letra de “Until the end of the World” na voz de Judas. Mas a verdade é que um ego como o dele não consegue totalmente deixar de se ver como Jesus, mesmo transvestido de Judas. Para mim esta musica retrata a voz de um Jesus Católico, feito de carne, decadente, realista, com muita história, olhando para um Jesus evangélico, todo espírito, novo, ingénuo, no princípio do seu trajecto fatal. Nesta altura o Jesus Católico (Bono vestido de Judas) está mais interessado no corpo, enquanto o Jesus evangélico (representado porventura um Jesus-Freak moderno) só pensa no fim do Mundo.

Claro, está é a visão Zen, vinda de um agnóstico culturalmente católico de inspiração Jesuíta. O que mais gosto do Catolicismo é o seu apego ao corpo bem como a segurança que vem da decadência---no melhor sentido deste termo. Isto é, quando já não estamos para as merdas platonistas*, agostinas, luteranas, dispensionalistas e apócalipticas dos Jesus-Freaks. O melhor Bono é o Bono batido, das duvidas, fase Achtung Baby!

"Waves of regret and waves of joy
I reached out for the one I tried to destroy
"




* Mais lato que platónico.

2006-04-01

 

Pastilhas e os Arrependidos de 2002

Cá estou em Lisboa por mais uns dias e, como por synchronicity, mesmo antes de me meter no avião, recebi um e-mail da minha querida zazie. Lembra-me ela das discussões no velho Pastilhas mesmo antes da segunda guerra do Iraque e da minha perspicácia, diz ela, na altura em antever muitos dos actuais problemas. Não foi nem por sorte nem por ser adivinho. Apenas me limitei a pensar com informação bem ao alcance de todos.

Anda agora por aí algum sentimento de meia mea culpa por parte de pessoas que na altura foram no comboio neocon sem pensar muito bem nas lições da história, na evidência já óbvia na altura de falta de capacidade e moralidade dos proponentes desta guerra na casa branca e mesmo da falta de evidência de um programa militar forte no Iraque. Um dos neocons que agora rompe com o seu grupo e com grande alarido é o Francis Fukuyama, assunto que tem sido muito discutido por aí, incluindo por outros ex-pastilhentos na Grande Loja. De facto, Fukuyama com um certo estrondo anuncia o falhanço dos neocons e da política de guerra no Iraque---arrependendo-se como alguém de dentro do grupo dos proponentes.

O que me faz querer cascar no Fukuyama é que a forma do seu arrependimento é demasiado leve sem ele explicar a sua falta de visão histórica e pragmática necessária para ter entrado de livre vontade no comboio desta guerra que arrancou em 2002. Além do mais,o novo arrependimento de Fukuyama não trás propriamente nenhuma ideia nova sobre como os EUA devem daqui para a frente lidar com o Mundo no pós 11 de Setembro. Apenas generalidades vácuas como (ver também uma review de Hitchens, um proponente da guerra ainda não arrependido...):

"What is needed now are new ideas, neither neoconservative nor realist, for how America is to relate to the rest of the world — ideas that retain the neoconservative belief in the universality of human rights, but without its illusions about the efficacy of American power and hegemony to bring these ends about." Extracto de After Neoconservatism, NYTimes, February 19, 2006.

OK, então fez-se uma asneira de proporções enormes ainda não bem avaliadas e depois do leite derramado vamos então procurar "ideias novas". O que seria bom era que os intelectuais conservadores ou liberais, ou o que se quiserem chamar, daqui para a frente se exorcitassem das suas teologias ingénuas de salvação do Mundo e em vez disso adoptassem uma postura céptica, pragmática, racional e porque não dizer, mais científica. Em vez de evangelismo devemos exigir dos políticos e dos pensadores políticos (como Fukuyama) que nunca se justifique uma guerra sem uma grande base de evidência corroborada por factos. Todos sabemos que Bush e companhia têm e sempre tiveram um grande desprezo pelo método científico---a crença é muito mais importante para eles do que os factos e a razão. Mas já de Fukuyama esperei mais em 2002. Agora, vir dizer que precisamos de ideias novas é um pouco com se o cientista Coreano Hwang Woo Suk viesse agora dizer que os resultados científicos não devem ser forjados e têm que ser reproduzidos por grupos diferentes. Muito obrigado, mas de pensadores de certo calibre e reputação exige-se mais.

Já agora, voltando ao Pastilhas em 2002, quando acusei na altura a trupe neocon de ser constituída por gangsters (agora prefiro hustla), caiu o Carmo e a Trindade, ou melhor, o MacGuffin. Agora, 4 anos depois, quem era cego na altura, pode bem ver quem lucrou espantosamente neste período. Como eu também disse na altura, quem paga isto tudo, em dinheiro e vidas, além dos Iraquianos, são os Americanos comuns. Um défice estrondoso para ser pago por nós tax payers nos states, e uma guerra sem fim para saciar os desejos da grande máquina de guerra -- à custa das vidas dos jovens americanos mais pobres (vários alunos da minha Universidade já perderam a vida na mais ingénua e presunçosa das guerras).

E, claro, há sempre alguém que me acusa de ser anti-americano, o que, no meu caso, seria algo como odiar a minha própria família. Felizmente, o meu filho e a minha filha (nascida praticamente durante uma sessão de chat do Pastilhas em 2002!) têm dupla nacionalidade, porque pelo andar das coisas ainda poderão ser recrutados para esta guerra. Por estas razãos é que as meias meas culpas de Fukuyama, e outros que tal, não podem ser aceites assim tão facilmente. O liberalismo evangélico tem repercursões reais na vida e na morte de pessoas, não apenas no mundo virtual do Spin. Já o grande Graham Greene dizia a propósito do envolvimento americano no Vietnam (no seu Quiet American): "Innocence is like a dumb leper, who has lost his bell, wandering the world, meaning no harm". Afinal, para o Fukuyama o problema não era tanto o fim da história, mas a falta de memória dela---como bem lembra o José lá da Grande Loja do Pastilhas também.

Enfim, e o que fazer para conseguir um pouco de Zen por estes dias? Estar em Lisboa é bom---cá estou eu a redescobrir os meus baús de LPs e singles em Vinil (mais sobre isso em breve). Mas melhor ainda é rir com as magníficas capas do César das Neves no triciclo---estou sempre pronto para tirar os evangélicos do sério....



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