2006-10-31

 

Ms. Dewey

Agora sim, posso passar o dia pesquisar a web com esta senhora---adeus Google!


Ms. Dewey does "Mary J Blige"

2006-10-19

 

The November Express

It is a sad day when you realize that the president of the country you have been paying taxes to for more than 10 years has the power, on a whim, to lock you up, without recourse, in a concentration camp (yes, that is what Guantanamo is). When I moved here, I never thought I would see this country asymptotically approach the Turkey of the 1970's depicted in Midnight Express (see the Trailer). Let's hope come November it starts quickly deviating from its current unconstitutional downward trajectory.

Some people will say: well, at least you can still speak your mind out. Can I? I'd like to believe so. We shall see. I am very hopeful for a November change.


The essence of tyranny is not iron law. It is capricious law. (Christopher Hitchens)


Midnight express has a fantastic soundtrack by Giorgio Moroder. Chase it below.




2006-10-18

 

pop77

Thank you pop77:v3! I am so happy to be reminded of this brilliant muppets/sesame street segment (video below). It was probably the biggest musical influence of my youngest days. Well, except maybe for the Jesus Christ Superstar soundtrack---but we all have our dark secrets.

BTW, pop77 podcasts some of the most surprising mixes stretching across time and style. I often get one for my monday mornings. Check it out.



2006-10-17

 

Enforce the Funk

One of the nice surprises from my last hop to Lisbon was finding the Enforce The Funk CD by Double D Force. This old-school dark, electro-funk is just the groovy Zen I needed. This subdued act, between the two of them manage to mix various nationalities: portuguese, croatian, cape verdian and dutch. "Feel it", playing below.




...I can feel it, this funky rhythm, it talks to me


Double D Funk - Feel It (mp3)

2006-10-16

 

I must be loosing my edge


I am haunted by the LCD Soundsystem track with the same title as this post (video is above). Even the word "haunting" haunts me. Must be for having turned 40 so very recently. I was never one to like "haunting" music with ethereal voices and videos of little euro-utopian children hanging around holding hands as if in a British Airways promotional video. So what's the matter with me? I can't stop playing Katya Chilly's Ya Molodaya (mp3) (video below). This Ukrainian singer has invaded my soundsystem. Someone please tell me that there is some redeeming quality about her music: that it is the Pet Shop Boys meets Madredeus, for instance. Just don't tell me that this is another Enigma-type thing for a cheesy Luc Besson sci-fi flick, and therefore this is what being in the forties is all about...?

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2006-10-09

 

As voltas da irracionalidade

Este assunto já está um pouco caducado, mas lendo agora o contra-a-corrente, não consigo deixar de me entristecer pelo forma como o Vasco Pulido Valente e os seus fans neo-conservadores à lá Portuguesa descem cada vez mais para uma posição verdadeiramente e irracionalmente xenófoba---as suas cores verdadeiras ou mais um MacGuffin? O VPV, transcrito pelo MacGuffin diz a propósito do tal discurso de Bento XVI:

“Basta lembrar que desde o princípio (desde Orígenes, por exemplo) se construiu sobre a fé cristão um dos mais sublimes monumentos à razão humana e que o Ocidente, apesar da "Europa", não existiria sem ele. A fé muçulmana não produziu nada de remotamente comparável e, durante quinze séculos, sustentou uma civilização frustre e parada. ”

Devo dizer logo à partida que gostei imenso do discurso original de Bento XVI---e fiquei ainda mais bem impressionado com o facto de ele não ter pedido desculpa. O VPV tem toda a razão quando diz que os académicos gostam dele. É verdade, pelo menos ele mantém um discurso racional e factual na medida do possível. Infelizmente o mesmo não se passa ultimamente com o VPV. O excerto acima só poderia vir de alguém de letras, com pouco conhecimento da história da ciência---ou então alguém com uma motivação puramente incendiária, muito contrária à de Bento XVI e da própria razão.

Talvez a história de Gerbert de Aurillac, mais tarde o Papa Silvestre II, curiosamente o primeiro Papa do segundo milénio, seja algo que VPV deva ler. Numa altura em que a razão não abundava de todo na tal Europa “racional desde o início”, muitos cristãos europeus seus contemporâneos pensavam que ele era um emissário de Satã. Um senhor muito interessante, Gerbert estudou em Barcelona, mas também nas cidades Muçulmanas de Córdova e Sevilha. Foi ele quem introduziu ou disseminou na Europa uma série de ideias e tecnologias árabes (os tais que em em 15 séculos não produziram nada) como o ábaco, os numerais árabes, o astrolábio, etc. Interessante que a sua racionalidade (importada em grande medida do Mundo árabe) talvez tenha estado na origem do mito que teria um pacto com um demónio. A irracionalidade dá voltas estranhas, ou não fosse este o mundo zen do yin-yang.

Outras contribuições de salientar são as de Muhammad ibn Musa al-Khwarizmi e Abu-Yusuf Ya’qub ibn Ishaq al-Kindi. Do nome do primeiro, descende a palavra algoritmo, e a suas contribuições para matemática, geografia e astronomia são muitas e importantes. Já o segundo, provavelmente mais conhecido pelo seu trabalho em filosofia (curiosamente sobre a relação entre razão e revelação, devendo em muito a Platão), contribuiu bastante para a análise estatística de textos (algo em que eu trabalho) com aplicações à criptografia. Um trabalho muitíssimo interessante e absolutamente original que, por via muito indirecta, contribuiu para a morte de Maria, Rainha dos escoceses, cujos ajudantes, por desconhecerem o trabalho de al-kindi, usaram um método de criptografia obsoleto (ver The Code Book de Simon Singh).

Já agora, o MacGuffin que gosta tanto de brincar com a irracionalidade do Islâmismo radical (que deve de facto ser apontada) e enaltecer qualquer movimento de Israel, porque não explica a "racionalidade" das cluster bombs lançadas no Líbano? Pelo menos Bento XVI analisa este assunto da razão e a falta dela de vários lados. De facto, eu diria que no seu discurso o maior ataque é feito aos fundamentalistas cristãos e às suas formas literais de perceber a Bíblia.



 

Uso responsabilizado de drogas, ou porque não dar uma pastilha ao bébé?

Pois volto a este assunto do tabaco. Agora que a França anuncia que vai proibir o fumo nos locais públicos a partir de 2007, não resisto. Ainda mais quando a BBC News, em rodapé da mesma notícia acrescenta: “The European Union's most enthusiastic smokers are in Greece, Cyprus and Portugal, according to findings published in May this year.” Andamos sempre em boa companhia! Como eu tenho dito, para se encontrar um lugar onde se vê fumar em centros comerciais, universidades e outras entidades públicas, e mesmo em comboios só mesmo saindo do Mundo Ocidental (a Grécia e Chipre, como nós são mesmo a periferia).

Num poste anterior já expliquei que eu não tenho nada contra o uso pessoal de qualquer droga. Um comentário que recebi sobre este meu poste dizia:

se os governos consideram que o tabaco faz assim tanto mal á saúde, então proíbam-no pura e simplesmente. Mas se consideram que só faz um bocadinho de mal e que os impostos que daí advém são importantes para o conjunto da comunidade (não sei se fizeram bem as contas e se os impostos recebidos são superiores aos gastos com doentes com cancro tratados pelo serviço público de saúde...), então dêem dignidade aos que decidem fumar, permitindo que existam locais públicos e privados para o efeito.”

Como eu disse antes: penso que a questão principal é salvaguardar a liberdade e saúde de quem não quer participar nos hábitos dos outros. Mesmo que o tabaco fosse a droga mais nefasta do Mundo, seria contra a ideia do Governo proibir o seu uso individual. As pessoas, desde que devidamente informadas (que o são em cada maço de tabaco pelo menos), devem poder tomar tudo o que quiserem. Só não têm direito de impor esse hábito a terceiros. Por isso, acho muito bem que haja locais privados para uso de qualquer droga. Mas se essas drogas tiverem efeitos nefastos directos sobre terceiros que não querem participar no mesmo hábito, então essa droga não deve ser permitida em locais públicos.

Quanto à nocividade do tabaco para com terceiros, não há duvidas que é péssima. Qualquer governo que se tenha dado ao trabalho de fazer as contas baseadas em dados científicos concretos, chegou a essa conclusão. Diz Dominique de Villepin que o tabaco mata 13 pessoas por dia em França. 13. Por dia!

Este verão o Independent de Londres também publicou uma tabela muito interessante sobre o efeito nocivo de várias drogas (esta tabela num site grátis). Esta foi uma tabela preparada pelo governo Inglês, mas que não foi oficialmente revelada por mostrar que muitas várias drogas ilegais são menos nocivas do que o tabaco e o álcool. Foram considerados os efeitos negativos individuais e colectivos, médicos e sociais. Nesta tabela o álcool está em quinto lugar, e o tabaco em nono, acima da cannabis (décimo primeiro) e do ecstasy (décimo oitavo). Obviamente, dada a histeria em Inglaterra contra o ecstasy, esta tabela não foi revelada pelo governo.

Para mim, o que esta tabela mostra é que a proibição de determinadas drogas e a legalização de outras é algo muito arbitrário, baseado apenas em preconceitos culturais. Não deve ser o papel do governo proibir o uso individual nem a venda de drogas. O papel do governo dever ser o de informar a população dos riscos do uso dessas drogas, e proteger a liberdade daqueles que não querem ingeri-las nem estar sujeitos aos seus efeitos. A isto chama-se o uso responsabilizado de drogas, e cabe ao governo legislar e garantir a liberdade de todos.



De momento, em Portugal, a liberdade dos não fumadores é permanentemente violada nos seus lugares de trabalho, de estudo e de lazer. Obviamente, é uma situação que tem de acabar. Infelizmente, para variar, em vez de Portugal estar à frente deste movimento de libertação de quem não fuma, está mais uma vez na retaguarda. Não tenho dúvida de que as leis que agora existem em Espanha e se avizinham para França haverão de ser passadas também em Portugal. É pena que seja sempre preciso seguir, em vez de liderar.

Pensem bem na tabela anterior: qualquer pai ou mãe em Portugal ficaria revoltado se os seus filhos (mesmo por nascer) ao entrarem num centro comercial ou restaurante fossem obrigados a tomar ecstasy---mesmo em doses pequenas. No entanto, está tudo numa boa quando os mesmos são obrigados a fumar tabaco, uma droga mais prejudicial, nas mesmas circunstâncias... Não dá para entender...


Aproveito para fazer o plug de uma das minhas bandas do momento: Electric 6 (The Tubes are alive!!=



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