2005-03-11

 

Direita internacionalista

Em resposta ao MacGuffin:

Não colo à esquerda as posições internacionalistas e de justiça social – de todo! É por isso que ainda me considero uma pessoa de direita. Mas infelizmente a direita contemporânea tem vindo a caminhar para posições nacionalistas e isolacionistas ou pelo menos contra instituições supra-nacionais. A direita também tem caminhado no sentido contrário a um aumento de justiça social, quer por perfilhar políticas anti-imigração (que não são verdadeiramente anti-imigração mas sim mais para manter uma fonte de trabalho barato) quer por tentar evitar evoluções sociais inevitáveis como casamento de homossexuais, etc.

É verdade que esta evolução da direita é principalmente notória nos Estados Unidos, onde resido a maior parte do ano, mas também é (foi) bem visível no PP de Paulo Portas em Portugal, na Bélgica, Holanda, Itália e por aí além.

Como tenho dito por aqui, estou muito aborrecido com a direita actual (principalmente os neocons aqui nos states) porque para mim a direita não é nacionalista nem injusta. Para mim a direita é acima de tudo dar-se a maior liberdade possível ao indivíduo, mas mantendo um contracto social e global justo – daí o meu apego à Democracia Cristã (e aos Tories) dos anos 70 e 80. Por outro lado, para mim a esquerda representa o nacionalismo oriundo da revolução Francesa, que foi demonstravelmente péssimo para a Europa, e uma presença exagerada do governo na vida das pessoas.

Daí eu não me admirar nada com Freitas do Amaral não caber no PP de hoje e ser contra a administração Bush. Esta nada tem a ver com a direita da democracia cristã nem com a direita libertária. É uma administração nacionalista, anti-internacionalista, pelo gigantismo governamental e impulsionadora de uma série de políticas sociais e globais injustas.

Quanto aos exemplos que dei, foi só por não perceber porquê que toda a gente fica tão aflita com Freitas num governo do PS. Também não acho que mudanças em idade madura sejam mais chocantes do que na juventude. Os jovens são mais idealistas, mas a experiência da vida leva alguns dos melhores a mudarem de opinião –- o que acho ótimo quando feito com pés e cabeça. De qualquer maneira, como digo acima, nem me parece ser este o caso de Freitas. Ele não mudou assim tanto de opinião. O MacGuffin diz que ele nunca teve opinião. Talvez, não sei nem me interessa entrar na cabeça do Prof., simplesmente não me parece que a sua posição política publica tenha mudado por aí além.

Já agora, falando de camaleões, é interessante que o MacGuffin comente o Hitchens da Rua Árabe, mas não o das eleições no Ohio Ambas peças geniais... ;-)

Comments:
zero levanta-se e aplaude de pé a intervenção. way to go my man !
 

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