2005-03-29
Rockism sucks!
Obrigado Dr. Evil! Para quem como eu viveu nas redondezas de Manchester em 89/90, a impressa musical britânica, na sua permanente procura da próxima big white hope, sempre me pareceu dominada por uma cambada de geeky wankers. Nunca se consegue perdoar a publicidade exagerada dada a grupinhos como Oasis e Blur – lá está o grande exemplo de se assustar a aldeia com gritos de lobo à vista. A consequência do rockismo (diria eu racista) desta imprensa, para mim, foi primeiro que tudo levar-me inicialmente a ignorar alguns dos grupos mais tradicionais, que o Dr. Evil menciona, mas que são ou foram na realidade bons: os Pulp e os Radiohead, por exemplo.
Mas esta história já vem de longe, provavelmente até antes to movimento “disco Sucks”. Não sei bem quando é que surgiu a ideia ridícula de que o rock é mais sério, não é para dançar, e é mais para rapazes brancos, mas que é bem visível na tal imprensa é. Mesmo antes do summer o love em Manchester, lembro-me da atitude prevalente nas “discotecas” de Lisboa e Cascais dos anos 80, em que os rapazes só iam dançar no final quando vinha o rock, sempre na mão do “In the name of love” dos U2 e alguma malha do Brian Adams. Lá vinham eles com as suas air guitars em punho abanar a cabeça com popa de surfista. Foi por isso também que só me interessei nos U2 com o Unforgetable Fire, e a sério, só com o Achtung Baby. Entretanto, nós que não resistíamos aos ritmos dançáveis do Stevie Wonder (obrigado Moody), dos B-52s, ABC, Duran Duran, Pet Shop Boys, Yello, Madonna (sim, o primeiro album importado de NY foi bem rodado em Lisboa em 1983) e até mesmo ao euro-disco mais desavergonhado, passávamos a noite com as meninas que os rockistas queriam impressionar com a sua destreza a tocar air guitar. Enfim, prioridades...
O Touch of Evil tem razão em apontar a natureza conservadora destes grupos queridos do NME. O Rock começou por ser o que o Jazz-Swing foi para a geração anterior, o Disco tal como o Punk foi o Rock dos anos 70, o Acid House e derivados o rock dos anos 90, e provavelmente agora o Jazz não erudito é o novo rock. Neste processo o Rock conservador foi todo lavadinho do que o fez inicialmente interessante: a dança, a influência africana, e acima de tudo, o desejo de experimentar com tudo. Por isso é que não há nada mais anti-rock do que um Rock and Roll Hall of fame. Eu adorei quando a minha divindade musical enviou a Madonna para receber a sua entrada para este Hall of Fame. Rebel, rebel, baby!
By the way: Falando de rebel, rebel, meus amigos evil e baby, foi a onda zen quem primeiro delirou com o seu Jorge no Life Aquatic.
Mas esta história já vem de longe, provavelmente até antes to movimento “disco Sucks”. Não sei bem quando é que surgiu a ideia ridícula de que o rock é mais sério, não é para dançar, e é mais para rapazes brancos, mas que é bem visível na tal imprensa é. Mesmo antes do summer o love em Manchester, lembro-me da atitude prevalente nas “discotecas” de Lisboa e Cascais dos anos 80, em que os rapazes só iam dançar no final quando vinha o rock, sempre na mão do “In the name of love” dos U2 e alguma malha do Brian Adams. Lá vinham eles com as suas air guitars em punho abanar a cabeça com popa de surfista. Foi por isso também que só me interessei nos U2 com o Unforgetable Fire, e a sério, só com o Achtung Baby. Entretanto, nós que não resistíamos aos ritmos dançáveis do Stevie Wonder (obrigado Moody), dos B-52s, ABC, Duran Duran, Pet Shop Boys, Yello, Madonna (sim, o primeiro album importado de NY foi bem rodado em Lisboa em 1983) e até mesmo ao euro-disco mais desavergonhado, passávamos a noite com as meninas que os rockistas queriam impressionar com a sua destreza a tocar air guitar. Enfim, prioridades...
O Touch of Evil tem razão em apontar a natureza conservadora destes grupos queridos do NME. O Rock começou por ser o que o Jazz-Swing foi para a geração anterior, o Disco tal como o Punk foi o Rock dos anos 70, o Acid House e derivados o rock dos anos 90, e provavelmente agora o Jazz não erudito é o novo rock. Neste processo o Rock conservador foi todo lavadinho do que o fez inicialmente interessante: a dança, a influência africana, e acima de tudo, o desejo de experimentar com tudo. Por isso é que não há nada mais anti-rock do que um Rock and Roll Hall of fame. Eu adorei quando a minha divindade musical enviou a Madonna para receber a sua entrada para este Hall of Fame. Rebel, rebel, baby!
By the way: Falando de rebel, rebel, meus amigos evil e baby, foi a onda zen quem primeiro delirou com o seu Jorge no Life Aquatic.
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