2005-01-25
Autonomia
Todos nós temos a nossa retórica, claro. A do MacGuffin, dando de alguma maneira jus ao seu nome, é a de trazer elementos só tangencialmente relevantes ao assunto em causa. Na sua resposta ao meu comentário de um post seu anterior, utiliza mais de metade do texto para escrever sobre a conhecida corrupção da Autoridade Palestiniana que em grande medida está por trás dos “handicaps” palestinianos, dos erros históricos cometidos pela liderança palestiniana, do deficiente controlo sobre terrosistas, etc.
Mesmo responsabilizando o lado palestiniano por erros cometidos, o que claro deve ser e é feito, só por má fé é que não se vê a captura de terras por parte de Israel como uma ocupação ilegal e um grave desrespeito tanto de direitos humanos como da lei internacional. Aliás até a maioria da população de Israel é contra os colonatos.
O meu post foi simplesmente sobre a incapacidade da autoridade palestiniana em se poder defender do roubo sistemático das suas terras. Isto em reposta a um post do MacGuffin em que ele dizia que a autoridade palestiniana goza de uma autonomia de facto, que só não administra se não quiser. Ora, o factor sine qua non de qualquer processo de autonomia é a obtenção de controlo de território. Se a autoridade palestiniana não pode controlar ou mesmo defender-se (legalmente) do roubo do seu suposto território, não pode ser considerada autónoma em qualquer significado sério do termo.
Daí ter usado o termo insulto, pois é de facto um insulto à inteligência, mas acima de tudo aos palestinianos, dizer-se que a autoridade palestiniana tem alguma autonomia de facto quando não tem poder nenhum sobre a forma mais fundamental de autonomia: o controlo legal da sua terra. Precisamente da mesma forma que era um insulto à inteligência quando os defensores do sistema de apartheid diziam que as “homelands” eram autónomas.
Quanto aos handicaps que O MacGuffin lista. Concordo completamente que existem e são sérios problemas, na maioria das vezes auto-impostos, para as aspirações dos palestinianos. Porventura vêm da “moralidade de escravo” (no sentido de Nietzsche) que naturalmente se instala em grupos sem poder e oprimidos, ou para não usar um termo tão Marxista, em grupos sem autonomia de facto.
Meu caro Carlos, para que fique claro, fico um pouco triste a escrever este post porque não é minha intenção atacar Israel, uma nação que muito admiro. É apenas a política dos colonatos que é tristemente indefensível e em ultima análise contra os interesses de Israel, do Mundo Ocidental, e do Mundo Islâmico.
P.S. A Doutrina Louçã fez-me rir o dia todo! Já uma vez no Pastilhas tinha dito que o Louçã é pastor demais para meu gosto. Ainda me lembro do dia em que quase andei à porrada com ele (antes de ele ser tão famoso) quando ele apareceu a tentar evangelizar todo nós que estávamos a ler na biblioteca do instituto americano em Lisboa...
Mesmo responsabilizando o lado palestiniano por erros cometidos, o que claro deve ser e é feito, só por má fé é que não se vê a captura de terras por parte de Israel como uma ocupação ilegal e um grave desrespeito tanto de direitos humanos como da lei internacional. Aliás até a maioria da população de Israel é contra os colonatos.
O meu post foi simplesmente sobre a incapacidade da autoridade palestiniana em se poder defender do roubo sistemático das suas terras. Isto em reposta a um post do MacGuffin em que ele dizia que a autoridade palestiniana goza de uma autonomia de facto, que só não administra se não quiser. Ora, o factor sine qua non de qualquer processo de autonomia é a obtenção de controlo de território. Se a autoridade palestiniana não pode controlar ou mesmo defender-se (legalmente) do roubo do seu suposto território, não pode ser considerada autónoma em qualquer significado sério do termo.
Daí ter usado o termo insulto, pois é de facto um insulto à inteligência, mas acima de tudo aos palestinianos, dizer-se que a autoridade palestiniana tem alguma autonomia de facto quando não tem poder nenhum sobre a forma mais fundamental de autonomia: o controlo legal da sua terra. Precisamente da mesma forma que era um insulto à inteligência quando os defensores do sistema de apartheid diziam que as “homelands” eram autónomas.
Quanto aos handicaps que O MacGuffin lista. Concordo completamente que existem e são sérios problemas, na maioria das vezes auto-impostos, para as aspirações dos palestinianos. Porventura vêm da “moralidade de escravo” (no sentido de Nietzsche) que naturalmente se instala em grupos sem poder e oprimidos, ou para não usar um termo tão Marxista, em grupos sem autonomia de facto.
Meu caro Carlos, para que fique claro, fico um pouco triste a escrever este post porque não é minha intenção atacar Israel, uma nação que muito admiro. É apenas a política dos colonatos que é tristemente indefensível e em ultima análise contra os interesses de Israel, do Mundo Ocidental, e do Mundo Islâmico.
P.S. A Doutrina Louçã fez-me rir o dia todo! Já uma vez no Pastilhas tinha dito que o Louçã é pastor demais para meu gosto. Ainda me lembro do dia em que quase andei à porrada com ele (antes de ele ser tão famoso) quando ele apareceu a tentar evangelizar todo nós que estávamos a ler na biblioteca do instituto americano em Lisboa...
Comments:
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CyberL, tu à porrada... tu um tipo tão pacífico... custa acreditar mas eu acredito, porque aquele ar jesuítico do fl desperta o melhor que há em nós :)
um grande abraço, de sussex
fac
um grande abraço, de sussex
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