2006-10-09
Uso responsabilizado de drogas, ou porque não dar uma pastilha ao bébé?
Pois volto a este assunto do tabaco. Agora que a França anuncia que vai proibir o fumo nos locais públicos a partir de 2007, não resisto. Ainda mais quando a BBC News, em rodapé da mesma notícia acrescenta: “The European Union's most enthusiastic smokers are in Greece, Cyprus and Portugal, according to findings published in May this year.” Andamos sempre em boa companhia! Como eu tenho dito, para se encontrar um lugar onde se vê fumar em centros comerciais, universidades e outras entidades públicas, e mesmo em comboios só mesmo saindo do Mundo Ocidental (a Grécia e Chipre, como nós são mesmo a periferia).
Num poste anterior já expliquei que eu não tenho nada contra o uso pessoal de qualquer droga. Um comentário que recebi sobre este meu poste dizia:
“se os governos consideram que o tabaco faz assim tanto mal á saúde, então proíbam-no pura e simplesmente. Mas se consideram que só faz um bocadinho de mal e que os impostos que daí advém são importantes para o conjunto da comunidade (não sei se fizeram bem as contas e se os impostos recebidos são superiores aos gastos com doentes com cancro tratados pelo serviço público de saúde...), então dêem dignidade aos que decidem fumar, permitindo que existam locais públicos e privados para o efeito.”
Como eu disse antes: penso que a questão principal é salvaguardar a liberdade e saúde de quem não quer participar nos hábitos dos outros. Mesmo que o tabaco fosse a droga mais nefasta do Mundo, seria contra a ideia do Governo proibir o seu uso individual. As pessoas, desde que devidamente informadas (que o são em cada maço de tabaco pelo menos), devem poder tomar tudo o que quiserem. Só não têm direito de impor esse hábito a terceiros. Por isso, acho muito bem que haja locais privados para uso de qualquer droga. Mas se essas drogas tiverem efeitos nefastos directos sobre terceiros que não querem participar no mesmo hábito, então essa droga não deve ser permitida em locais públicos.
Quanto à nocividade do tabaco para com terceiros, não há duvidas que é péssima. Qualquer governo que se tenha dado ao trabalho de fazer as contas baseadas em dados científicos concretos, chegou a essa conclusão. Diz Dominique de Villepin que o tabaco mata 13 pessoas por dia em França. 13. Por dia!
Este verão o Independent de Londres também publicou uma tabela muito interessante sobre o efeito nocivo de várias drogas (esta tabela num site grátis). Esta foi uma tabela preparada pelo governo Inglês, mas que não foi oficialmente revelada por mostrar que muitas várias drogas ilegais são menos nocivas do que o tabaco e o álcool. Foram considerados os efeitos negativos individuais e colectivos, médicos e sociais. Nesta tabela o álcool está em quinto lugar, e o tabaco em nono, acima da cannabis (décimo primeiro) e do ecstasy (décimo oitavo). Obviamente, dada a histeria em Inglaterra contra o ecstasy, esta tabela não foi revelada pelo governo.
Para mim, o que esta tabela mostra é que a proibição de determinadas drogas e a legalização de outras é algo muito arbitrário, baseado apenas em preconceitos culturais. Não deve ser o papel do governo proibir o uso individual nem a venda de drogas. O papel do governo dever ser o de informar a população dos riscos do uso dessas drogas, e proteger a liberdade daqueles que não querem ingeri-las nem estar sujeitos aos seus efeitos. A isto chama-se o uso responsabilizado de drogas, e cabe ao governo legislar e garantir a liberdade de todos.
De momento, em Portugal, a liberdade dos não fumadores é permanentemente violada nos seus lugares de trabalho, de estudo e de lazer. Obviamente, é uma situação que tem de acabar. Infelizmente, para variar, em vez de Portugal estar à frente deste movimento de libertação de quem não fuma, está mais uma vez na retaguarda. Não tenho dúvida de que as leis que agora existem em Espanha e se avizinham para França haverão de ser passadas também em Portugal. É pena que seja sempre preciso seguir, em vez de liderar.
Pensem bem na tabela anterior: qualquer pai ou mãe em Portugal ficaria revoltado se os seus filhos (mesmo por nascer) ao entrarem num centro comercial ou restaurante fossem obrigados a tomar ecstasy---mesmo em doses pequenas. No entanto, está tudo numa boa quando os mesmos são obrigados a fumar tabaco, uma droga mais prejudicial, nas mesmas circunstâncias... Não dá para entender...
Num poste anterior já expliquei que eu não tenho nada contra o uso pessoal de qualquer droga. Um comentário que recebi sobre este meu poste dizia:
“se os governos consideram que o tabaco faz assim tanto mal á saúde, então proíbam-no pura e simplesmente. Mas se consideram que só faz um bocadinho de mal e que os impostos que daí advém são importantes para o conjunto da comunidade (não sei se fizeram bem as contas e se os impostos recebidos são superiores aos gastos com doentes com cancro tratados pelo serviço público de saúde...), então dêem dignidade aos que decidem fumar, permitindo que existam locais públicos e privados para o efeito.”
Como eu disse antes: penso que a questão principal é salvaguardar a liberdade e saúde de quem não quer participar nos hábitos dos outros. Mesmo que o tabaco fosse a droga mais nefasta do Mundo, seria contra a ideia do Governo proibir o seu uso individual. As pessoas, desde que devidamente informadas (que o são em cada maço de tabaco pelo menos), devem poder tomar tudo o que quiserem. Só não têm direito de impor esse hábito a terceiros. Por isso, acho muito bem que haja locais privados para uso de qualquer droga. Mas se essas drogas tiverem efeitos nefastos directos sobre terceiros que não querem participar no mesmo hábito, então essa droga não deve ser permitida em locais públicos.
Quanto à nocividade do tabaco para com terceiros, não há duvidas que é péssima. Qualquer governo que se tenha dado ao trabalho de fazer as contas baseadas em dados científicos concretos, chegou a essa conclusão. Diz Dominique de Villepin que o tabaco mata 13 pessoas por dia em França. 13. Por dia!
Este verão o Independent de Londres também publicou uma tabela muito interessante sobre o efeito nocivo de várias drogas (esta tabela num site grátis). Esta foi uma tabela preparada pelo governo Inglês, mas que não foi oficialmente revelada por mostrar que muitas várias drogas ilegais são menos nocivas do que o tabaco e o álcool. Foram considerados os efeitos negativos individuais e colectivos, médicos e sociais. Nesta tabela o álcool está em quinto lugar, e o tabaco em nono, acima da cannabis (décimo primeiro) e do ecstasy (décimo oitavo). Obviamente, dada a histeria em Inglaterra contra o ecstasy, esta tabela não foi revelada pelo governo.
Para mim, o que esta tabela mostra é que a proibição de determinadas drogas e a legalização de outras é algo muito arbitrário, baseado apenas em preconceitos culturais. Não deve ser o papel do governo proibir o uso individual nem a venda de drogas. O papel do governo dever ser o de informar a população dos riscos do uso dessas drogas, e proteger a liberdade daqueles que não querem ingeri-las nem estar sujeitos aos seus efeitos. A isto chama-se o uso responsabilizado de drogas, e cabe ao governo legislar e garantir a liberdade de todos.
De momento, em Portugal, a liberdade dos não fumadores é permanentemente violada nos seus lugares de trabalho, de estudo e de lazer. Obviamente, é uma situação que tem de acabar. Infelizmente, para variar, em vez de Portugal estar à frente deste movimento de libertação de quem não fuma, está mais uma vez na retaguarda. Não tenho dúvida de que as leis que agora existem em Espanha e se avizinham para França haverão de ser passadas também em Portugal. É pena que seja sempre preciso seguir, em vez de liderar.
Pensem bem na tabela anterior: qualquer pai ou mãe em Portugal ficaria revoltado se os seus filhos (mesmo por nascer) ao entrarem num centro comercial ou restaurante fossem obrigados a tomar ecstasy---mesmo em doses pequenas. No entanto, está tudo numa boa quando os mesmos são obrigados a fumar tabaco, uma droga mais prejudicial, nas mesmas circunstâncias... Não dá para entender...
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