2012-11-15
Blue velvet on the dancefloor
The latest E-Trash mix, from Riot Bootique, last Saturday at the Farm Root Cellar. I forgot to record it live, but here I re-recorded a combination of the two sets I played minus a few tracks. Blue Velvet on the dance floor---means a trip from Disco to Acid from the eyes of a cracked actor. Tracklist below. You can access a high quality file on E-Trash's site (Username: apollo, Password: feelingfree).
Labels: acid-house, Disco, house, Music
2012-11-03
A quinta que se foi e os cretinos que ficaram
Muito se fala do défice; que Portugal não consegue sobreviver em Democracia; que estamos como no final do século XIX, início do século XX; que se precisa de um novo Salazar---até Otelo diz isso!
Os Portugueses, no seu habitual provincianismo, pensam que Portugal é só Lisboa... Esquecem-se que em 1975 se perdeu de vez a grande quinta---será que Otelo se lembra do seu papel nisso? Podemos falar de diferenças partidárias, mas o grande factor económico que alterou tudo foi a perda de um império que incluía um dos maiores produtores petrolíferos do Mundo, em plena crise petrolífera dos anos 70. Aliás, é também bem possível (não tenho dados para argumentar isso cientificamente) que a perda do Brasil tenha sido em última análise responsável pelos défices e crises na segunda metade do século XIX, tão semelhantes à situação que Portugal vive hoje. O que o regime de Salazar fez foi, finalmente, depois de se ter perdido o Brasil, voltar-se para as colónias africanas (muito depois dos britânicos). Só nessa altura é que Portugal começou a explorar a riqueza africana. Até lá, Angola tinha sido apenas o local onde se ia buscar escravos para as Américas---um papel que Portugal raramente reconhece, mas que cidades com nomes como “Angola, Indiana”, nunca me deixam esquecer. O que fez Salazar ter tanto dinheiro foi precisamente essa riqueza por explorar em África. Mas olhando para os dados, Salazar até fez isso muito mal, quando se compara com a riqueza que outras potências coloniais europeias retiraram de África (falando de factos e não da correcção ética dessas acções). É inadmissível e muito triste que durante tanto tempo com acesso a tanta riqueza, Portugal sob Salazar não tenha sido capaz de criar indústria competitiva, tecnologia de ponta, e muito menos uma sociedade educada que pudesse competir no Mundo industrializado. O que se criou foi antes uma sociedade de espertalhões que só se sabe safar à socapa, em grupinhos e sociedades secretas, com cunha, e apoios do estado. Está na cara o que uma sociedade assim sabe produzir: o género de cretinos que hoje em dia infestam e governam o PS e o PSD. Se houvesse uma cultura que apreciasse educação e inteligência (como na Inglaterra e na Alemanha) alguma vez se teria eleito Sócrates e Passos-Coelho/Relvas?
Foi o Brasil, foi Angola, e agora só resta cravar a Europa e depenar os contribuintes para alimentar as máquinas dependentes desses cretinos... Quando esta for ao fundo espero que uma sociedade mais baseada no pensamento crítico, na consciência cívica e menos corrupta possa emergir.
Os Portugueses, no seu habitual provincianismo, pensam que Portugal é só Lisboa... Esquecem-se que em 1975 se perdeu de vez a grande quinta---será que Otelo se lembra do seu papel nisso? Podemos falar de diferenças partidárias, mas o grande factor económico que alterou tudo foi a perda de um império que incluía um dos maiores produtores petrolíferos do Mundo, em plena crise petrolífera dos anos 70. Aliás, é também bem possível (não tenho dados para argumentar isso cientificamente) que a perda do Brasil tenha sido em última análise responsável pelos défices e crises na segunda metade do século XIX, tão semelhantes à situação que Portugal vive hoje. O que o regime de Salazar fez foi, finalmente, depois de se ter perdido o Brasil, voltar-se para as colónias africanas (muito depois dos britânicos). Só nessa altura é que Portugal começou a explorar a riqueza africana. Até lá, Angola tinha sido apenas o local onde se ia buscar escravos para as Américas---um papel que Portugal raramente reconhece, mas que cidades com nomes como “Angola, Indiana”, nunca me deixam esquecer. O que fez Salazar ter tanto dinheiro foi precisamente essa riqueza por explorar em África. Mas olhando para os dados, Salazar até fez isso muito mal, quando se compara com a riqueza que outras potências coloniais europeias retiraram de África (falando de factos e não da correcção ética dessas acções). É inadmissível e muito triste que durante tanto tempo com acesso a tanta riqueza, Portugal sob Salazar não tenha sido capaz de criar indústria competitiva, tecnologia de ponta, e muito menos uma sociedade educada que pudesse competir no Mundo industrializado. O que se criou foi antes uma sociedade de espertalhões que só se sabe safar à socapa, em grupinhos e sociedades secretas, com cunha, e apoios do estado. Está na cara o que uma sociedade assim sabe produzir: o género de cretinos que hoje em dia infestam e governam o PS e o PSD. Se houvesse uma cultura que apreciasse educação e inteligência (como na Inglaterra e na Alemanha) alguma vez se teria eleito Sócrates e Passos-Coelho/Relvas?
Foi o Brasil, foi Angola, e agora só resta cravar a Europa e depenar os contribuintes para alimentar as máquinas dependentes desses cretinos... Quando esta for ao fundo espero que uma sociedade mais baseada no pensamento crítico, na consciência cívica e menos corrupta possa emergir.
Labels: Angola, Império, Portugal