2005-01-27
Bowie Augustus
Deityship should not be about worship. A Deity should be one who has inspired and empowered many. Someone who has made the World a much better place to live. Someone who, for our benefit should live for ever. I start my divine heterarchy with Bowie.
Hymns:
Space Oddity
Oh! You Pretty Things
Life On Mars
Quicksand
Cracked Actor
Five Years
Hang On To Yourself
Ziggy Stardust
Suffragette City
Rock 'N' Roll Suicide
Sweet Thing/Candidate
Rebel Rebel
Young Americans
Fame
TVC 15
Wild Is The Wind
Be My Wife
"Heroes"
It's No Game (#1 and #2)
Scary Monsters
Ashes To Ashes
Modern Love
Cat People
Loving The Alien
God Only Knows
This Is Not America
Absolute Beginners
Jump They Say
Strangers When We Meet
Hearts Filthy Lesson
Hallo Spaceboy
Thru' These Architects Eyes
Seven Years In Tibet
Dead Man Walking
I'm Afraid Of Americans
Thursday's Child
Survive
The Pretty Things Are Going To Hell
Sunday
Bring Me The Disco King
See how close to the divinity you are...
Hymns:
Space Oddity
Oh! You Pretty Things
Life On Mars
Quicksand
Cracked Actor
Five Years
Hang On To Yourself
Ziggy Stardust
Suffragette City
Rock 'N' Roll Suicide
Sweet Thing/Candidate
Rebel Rebel
Young Americans
Fame
TVC 15
Wild Is The Wind
Be My Wife
"Heroes"
It's No Game (#1 and #2)
Scary Monsters
Ashes To Ashes
Modern Love
Cat People
Loving The Alien
God Only Knows
This Is Not America
Absolute Beginners
Jump They Say
Strangers When We Meet
Hearts Filthy Lesson
Hallo Spaceboy
Thru' These Architects Eyes
Seven Years In Tibet
Dead Man Walking
I'm Afraid Of Americans
Thursday's Child
Survive
The Pretty Things Are Going To Hell
Sunday
Bring Me The Disco King
See how close to the divinity you are...
2005-01-26
Autonomia II
Caro Carlos,
Ainda bem que concordamos com o ponto 1. No que diz respeito às perguntas que levantas no ponto 2, noto que se substituires Palestina por "homeland" ou "Soweto" na Africa do Sul dos anos 70 e 80, as respostas também teriam sido positivas. Alías, qualquer Ghetto tem economia e algum poder de auto-organização.
Autonomia (sem serem estado) têm as regiões da Bélgica ou de Espanha, os estados da Alemanha, ou os estados dos Estados Unidos da América. E isto pelo simples facto de terem o controlo (e recurso) legal do seu território: para defender questões de propriedade privada, de desenvolvimento, etc.
PS: Mesmo com os -15C da semana passada aqui, ainda não me meti numa gripe... As melhoras.
Ainda bem que concordamos com o ponto 1. No que diz respeito às perguntas que levantas no ponto 2, noto que se substituires Palestina por "homeland" ou "Soweto" na Africa do Sul dos anos 70 e 80, as respostas também teriam sido positivas. Alías, qualquer Ghetto tem economia e algum poder de auto-organização.
Autonomia (sem serem estado) têm as regiões da Bélgica ou de Espanha, os estados da Alemanha, ou os estados dos Estados Unidos da América. E isto pelo simples facto de terem o controlo (e recurso) legal do seu território: para defender questões de propriedade privada, de desenvolvimento, etc.
PS: Mesmo com os -15C da semana passada aqui, ainda não me meti numa gripe... As melhoras.
2005-01-25
Innerzone Zen
Where the hell is Carl Craig? I need more programmed food that can sync brain and body...The Herbie Hancock gig is not enough.
Autonomia
Todos nós temos a nossa retórica, claro. A do MacGuffin, dando de alguma maneira jus ao seu nome, é a de trazer elementos só tangencialmente relevantes ao assunto em causa. Na sua resposta ao meu comentário de um post seu anterior, utiliza mais de metade do texto para escrever sobre a conhecida corrupção da Autoridade Palestiniana que em grande medida está por trás dos “handicaps” palestinianos, dos erros históricos cometidos pela liderança palestiniana, do deficiente controlo sobre terrosistas, etc.
Mesmo responsabilizando o lado palestiniano por erros cometidos, o que claro deve ser e é feito, só por má fé é que não se vê a captura de terras por parte de Israel como uma ocupação ilegal e um grave desrespeito tanto de direitos humanos como da lei internacional. Aliás até a maioria da população de Israel é contra os colonatos.
O meu post foi simplesmente sobre a incapacidade da autoridade palestiniana em se poder defender do roubo sistemático das suas terras. Isto em reposta a um post do MacGuffin em que ele dizia que a autoridade palestiniana goza de uma autonomia de facto, que só não administra se não quiser. Ora, o factor sine qua non de qualquer processo de autonomia é a obtenção de controlo de território. Se a autoridade palestiniana não pode controlar ou mesmo defender-se (legalmente) do roubo do seu suposto território, não pode ser considerada autónoma em qualquer significado sério do termo.
Daí ter usado o termo insulto, pois é de facto um insulto à inteligência, mas acima de tudo aos palestinianos, dizer-se que a autoridade palestiniana tem alguma autonomia de facto quando não tem poder nenhum sobre a forma mais fundamental de autonomia: o controlo legal da sua terra. Precisamente da mesma forma que era um insulto à inteligência quando os defensores do sistema de apartheid diziam que as “homelands” eram autónomas.
Quanto aos handicaps que O MacGuffin lista. Concordo completamente que existem e são sérios problemas, na maioria das vezes auto-impostos, para as aspirações dos palestinianos. Porventura vêm da “moralidade de escravo” (no sentido de Nietzsche) que naturalmente se instala em grupos sem poder e oprimidos, ou para não usar um termo tão Marxista, em grupos sem autonomia de facto.
Meu caro Carlos, para que fique claro, fico um pouco triste a escrever este post porque não é minha intenção atacar Israel, uma nação que muito admiro. É apenas a política dos colonatos que é tristemente indefensível e em ultima análise contra os interesses de Israel, do Mundo Ocidental, e do Mundo Islâmico.
P.S. A Doutrina Louçã fez-me rir o dia todo! Já uma vez no Pastilhas tinha dito que o Louçã é pastor demais para meu gosto. Ainda me lembro do dia em que quase andei à porrada com ele (antes de ele ser tão famoso) quando ele apareceu a tentar evangelizar todo nós que estávamos a ler na biblioteca do instituto americano em Lisboa...
Mesmo responsabilizando o lado palestiniano por erros cometidos, o que claro deve ser e é feito, só por má fé é que não se vê a captura de terras por parte de Israel como uma ocupação ilegal e um grave desrespeito tanto de direitos humanos como da lei internacional. Aliás até a maioria da população de Israel é contra os colonatos.
O meu post foi simplesmente sobre a incapacidade da autoridade palestiniana em se poder defender do roubo sistemático das suas terras. Isto em reposta a um post do MacGuffin em que ele dizia que a autoridade palestiniana goza de uma autonomia de facto, que só não administra se não quiser. Ora, o factor sine qua non de qualquer processo de autonomia é a obtenção de controlo de território. Se a autoridade palestiniana não pode controlar ou mesmo defender-se (legalmente) do roubo do seu suposto território, não pode ser considerada autónoma em qualquer significado sério do termo.
Daí ter usado o termo insulto, pois é de facto um insulto à inteligência, mas acima de tudo aos palestinianos, dizer-se que a autoridade palestiniana tem alguma autonomia de facto quando não tem poder nenhum sobre a forma mais fundamental de autonomia: o controlo legal da sua terra. Precisamente da mesma forma que era um insulto à inteligência quando os defensores do sistema de apartheid diziam que as “homelands” eram autónomas.
Quanto aos handicaps que O MacGuffin lista. Concordo completamente que existem e são sérios problemas, na maioria das vezes auto-impostos, para as aspirações dos palestinianos. Porventura vêm da “moralidade de escravo” (no sentido de Nietzsche) que naturalmente se instala em grupos sem poder e oprimidos, ou para não usar um termo tão Marxista, em grupos sem autonomia de facto.
Meu caro Carlos, para que fique claro, fico um pouco triste a escrever este post porque não é minha intenção atacar Israel, uma nação que muito admiro. É apenas a política dos colonatos que é tristemente indefensível e em ultima análise contra os interesses de Israel, do Mundo Ocidental, e do Mundo Islâmico.
P.S. A Doutrina Louçã fez-me rir o dia todo! Já uma vez no Pastilhas tinha dito que o Louçã é pastor demais para meu gosto. Ainda me lembro do dia em que quase andei à porrada com ele (antes de ele ser tão famoso) quando ele apareceu a tentar evangelizar todo nós que estávamos a ler na biblioteca do instituto americano em Lisboa...
2005-01-21
Also Sprach das Ödland
I have been off this line, busy with research deadlines and teaching.
I have been listening a lot to Laibach in my drive to understand those voices from the desert. You know, the descendents of Zoroaster... I don't get them without some irony. The obssession with judgment, with good and evil, and clean-cut answers. These voices, like Laibach, puzzle me. I am strangely attracted and repulsed.
They must be the yin to my yang (or maybe the other way around). I was born 7 degrees south of the Equator. Raised always by the Atlantic (South and North). My home is water, warmth, the drum, the beat -- where life was born, where anything goes. Surely, anyone who has walked an equatorial beach must have felt that life belongs there?
I really don't get the desert and its sole voice. I don't get the unique answer, its necessary propensity for judging. As Albert Camus said: "No dogma survives contact with the Mediterranean". I would say no dogma survives contact with the Ocean. Leave it in the desert, please. At least there I can go hear its voice with morbid curiosity. Like the memory of my (short) days in Opus Dei schools....
I still find Thomas Aquinas to be my favorite philosopher though...Not as hardcore as Augustine, but hey, there is still hope for revelation, even as I happily hold on to reason and senses....
Volto já com resposta ao meu amigo contrário...
I have been listening a lot to Laibach in my drive to understand those voices from the desert. You know, the descendents of Zoroaster... I don't get them without some irony. The obssession with judgment, with good and evil, and clean-cut answers. These voices, like Laibach, puzzle me. I am strangely attracted and repulsed.
They must be the yin to my yang (or maybe the other way around). I was born 7 degrees south of the Equator. Raised always by the Atlantic (South and North). My home is water, warmth, the drum, the beat -- where life was born, where anything goes. Surely, anyone who has walked an equatorial beach must have felt that life belongs there?
I really don't get the desert and its sole voice. I don't get the unique answer, its necessary propensity for judging. As Albert Camus said: "No dogma survives contact with the Mediterranean". I would say no dogma survives contact with the Ocean. Leave it in the desert, please. At least there I can go hear its voice with morbid curiosity. Like the memory of my (short) days in Opus Dei schools....
I still find Thomas Aquinas to be my favorite philosopher though...Not as hardcore as Augustine, but hey, there is still hope for revelation, even as I happily hold on to reason and senses....
Volto já com resposta ao meu amigo contrário...
2005-01-19
Judas U2 Version
Apparently, U2 wrote this song in the voice of Judas:
"Until The End Of The World"
Haven't seen you in quite a while
I was down the hold just passing time
Last time we met was a low-lit room
We were as close together as a bride and groom
We ate the food, we drank the wine
Everybody having a good time
Except you
You were talking about the end of the world
I took the money
I spiked your drink
You miss too much these days if you stop to think
You lead me on with those innocent eyes
You know I love the element of surprise
In the garden I was playing the tart
I kissed your lips and broke your heart
You...you were acting like it was
The end of the world
(Love...love...)
In my dream I was drowning my sorrows
But my sorrows, they learned to swim
Surrounding me, going down on me
Spilling over the brim
Waves of regret and waves of joy
I reached out for the one I tried to destroy
You...you said you'd wait
'til the end of the world
"Until The End Of The World"
Haven't seen you in quite a while
I was down the hold just passing time
Last time we met was a low-lit room
We were as close together as a bride and groom
We ate the food, we drank the wine
Everybody having a good time
Except you
You were talking about the end of the world
I took the money
I spiked your drink
You miss too much these days if you stop to think
You lead me on with those innocent eyes
You know I love the element of surprise
In the garden I was playing the tart
I kissed your lips and broke your heart
You...you were acting like it was
The end of the world
(Love...love...)
In my dream I was drowning my sorrows
But my sorrows, they learned to swim
Surrounding me, going down on me
Spilling over the brim
Waves of regret and waves of joy
I reached out for the one I tried to destroy
You...you said you'd wait
'til the end of the world
2005-01-18
Portishead back after eight years!!!
2005-01-17
Receitas!!!
Nondenial denial
Frank Rich made my weekend again!
Watashi wa Porotugaru-jin desu.
I'm in a Kyoto state of mind...
I am dreaming of an obento box at Takashimaya, listening to "Smokin' Japanese Babe" by the Future Sound of London on my mp3 player. Here is a video I made of my last visit to Kyoto and Tokyo.
I am dreaming of an obento box at Takashimaya, listening to "Smokin' Japanese Babe" by the Future Sound of London on my mp3 player. Here is a video I made of my last visit to Kyoto and Tokyo.
Propriedade privada
O Macguffin diz "...a própria autonomia de facto de que gozou, e goza, a Autoridade Palestiniana sobre um território que, não sendo um Estado, só não administra se não quiser."
Eu até concordo com o essencial deste post do Macguffin (é verdade!), mas esta da Palestina ser essencialmente um território autónomo que só não é bem administrado porque a Autoridade Palestiniana não quer, é um exagero, para não dizer um insulto! Se fosse só o não poder administrar o seu espaço aéreo ou os seus portos, o MacGuffin ainda teria razão. Mas que raio de autonomia é aquela em que a suposta Autoridade nem sequer pode defender os seus pseudo-cidadãos do roubo de propriedade privada!? Então Israel cria, a seu belo prazer, os seus colonatos no topo dos montes de quintas privadas de Palestinianos. Que autonomia tem a Autoridade Palestiniana para evitar ou processar nos seus próprios tribunais esse roubo? Até os Herodes tiveram maior autonomia sob o Império Romano do que a Autoridade Palestiniana tem sob domínio Israelita actual.
Já agora, nunca percebi bem porquê que na imprensa de língua Inglesa, as quintas de Palestinianos são ocupadas por “settlers” (para fazer “colonatos”) e as quintas de brancos no Zimbabwe são ocupadas por “squatters”... Não é tudo roubo de propriedade privada?
Eu até concordo com o essencial deste post do Macguffin (é verdade!), mas esta da Palestina ser essencialmente um território autónomo que só não é bem administrado porque a Autoridade Palestiniana não quer, é um exagero, para não dizer um insulto! Se fosse só o não poder administrar o seu espaço aéreo ou os seus portos, o MacGuffin ainda teria razão. Mas que raio de autonomia é aquela em que a suposta Autoridade nem sequer pode defender os seus pseudo-cidadãos do roubo de propriedade privada!? Então Israel cria, a seu belo prazer, os seus colonatos no topo dos montes de quintas privadas de Palestinianos. Que autonomia tem a Autoridade Palestiniana para evitar ou processar nos seus próprios tribunais esse roubo? Até os Herodes tiveram maior autonomia sob o Império Romano do que a Autoridade Palestiniana tem sob domínio Israelita actual.
Já agora, nunca percebi bem porquê que na imprensa de língua Inglesa, as quintas de Palestinianos são ocupadas por “settlers” (para fazer “colonatos”) e as quintas de brancos no Zimbabwe são ocupadas por “squatters”... Não é tudo roubo de propriedade privada?
2005-01-15
Agora diz que está na onda zen
Hoje acordei em Copacabana.
As versões de Bowie pelo Seu Jorge no Life Aquatic são o "Menino do Rio" (versão Baby Consuelo) deste século. Perfeitamente aquático. Perfeitamente Zen. Quem precisa de uma voz no deserto a cagar sentenças, quando a voz do mar é o verdadeiro Éden? A vida nasceu no Mar, baby!
Hey baby, seu cabelo é legal
zero a zero agora eu vou
você deu mole então eu marco goal
zero a zero você venceu
passe a manhã e pegue o que é seu
As versões de Bowie pelo Seu Jorge no Life Aquatic são o "Menino do Rio" (versão Baby Consuelo) deste século. Perfeitamente aquático. Perfeitamente Zen. Quem precisa de uma voz no deserto a cagar sentenças, quando a voz do mar é o verdadeiro Éden? A vida nasceu no Mar, baby!
Hey baby, seu cabelo é legal
zero a zero agora eu vou
você deu mole então eu marco goal
zero a zero você venceu
passe a manhã e pegue o que é seu
2005-01-13
Reasons to be cheerful
So when I was rejoycing in my Vinyl collection in Lisbon last month, I was very sad to see that most of the Stiff records I had were pretty badly scratched! Most of them were my brother's, who really got me into Stiff (being the oldest one). I love this label. It shows that Good Pop is more subversive than Punk.
So I bougth the box set and I am in heaven! Here are some reasons to be cheerful -- and remember "If it ain't stiff, it ain't worth a..."
Ian Dury - Hit me with your rhythm stick
Ian Dury - Sex and Drugs & Rock and Roll
Lene Lovich - Lucky Number
Elvis Costello - Watching the Detectives
Desmond Dekker - Israelites
Jona Lewie - You'll always find me in the kitchen at parties
Madness - Baggy Trousers
Madness - One Step Beyond
Madness - My Girl
Dave Stewart with Barbara Gaskin - It's my party
Tracey Ullman - You broke my heart in 17 places
Dr. Feelgood - Don't wait up
Kirsty MacColl - A New England
Furniture - Shake like Judy says
So I bougth the box set and I am in heaven! Here are some reasons to be cheerful -- and remember "If it ain't stiff, it ain't worth a..."
Ian Dury - Hit me with your rhythm stick
Ian Dury - Sex and Drugs & Rock and Roll
Lene Lovich - Lucky Number
Elvis Costello - Watching the Detectives
Desmond Dekker - Israelites
Jona Lewie - You'll always find me in the kitchen at parties
Madness - Baggy Trousers
Madness - One Step Beyond
Madness - My Girl
Dave Stewart with Barbara Gaskin - It's my party
Tracey Ullman - You broke my heart in 17 places
Dr. Feelgood - Don't wait up
Kirsty MacColl - A New England
Furniture - Shake like Judy says
Walking in the desert
"...as Diogenes went into the city, and Democritus to the haven, to see fashions, I did for my recreation now and then walk abroad, look into the world, and could not choose but make some little observation, not so wise an observer as a plain rehearser, not as they did to scoff or laugh at all, but with a mixed passion."
From: Robert Burton, The Anatomy of Melancholy etc., "Democritus Junior to the Reader
From: Robert Burton, The Anatomy of Melancholy etc., "Democritus Junior to the Reader
2005-01-12
Informatics Babel
I have started teaching an Intro to Informatics course. It is very nice to get back to teaching. It allows me to re-discover many of the things that got me excited about what I do to begin with. This week, via the course's blog, I asked them to read the Jorge Luis Borges's Library of Babel. It is such a wonderful story. Just like information theory, it is highly economical. No sentence in the text is unnecessary. And it is also complete, in this short story he manages to touch all topics related linguistic information and semiotics. As well as compelling us to think about infinity, God, life...
Every literature Nobel should apologize to the memory of this man.
Every literature Nobel should apologize to the memory of this man.
Muleta tautológica
João Pereira Coutinho diz que as pessoas que fumam são mais tolerantes, mais calmas, mais interessantes.
Deve ser em algum universo paralelo...Mais calmas, é biologicamente difícil. A nicotina é um estimulante, o que aliás é um dos seus benefícios cognitivos. Como qualquer substância que leva ao vício, a satisfação da sua necessidade produz uma sensação de calma e saciação (por efeito da dopamina). Aliás, de certa forma, um vício é uma muleta tautológica. Cria-se uma necessidade apenas para a poder satisfazer, dando ao viciado o controlo fácil da sua própria sensação de satisfação.
Mas como qualquer vício cria também ansiedade por causa da necessidade permanente de procurar a satisfação. Aliás, as pessoas mais propensas ao vício têm tendência a ser ansiosas. "People with depressive-spectrum disorders, schizophrenia, and adult ADHD tend to smoke heavily". Nunca conheci um fumador calmo, ou pelo menos que não oscile bastante entre ansiedade e calma...
Quanto a serem mais tolerantes e interessantes, bem, isso são atributos demasiado subjectivos para pode comentar. Conheço fumadores muitíssimo interessantes, tolerantes e inteligentes que adoro. Conheço também fumadores burros, sem qualquer interesse na vida se não o próximo cigarro e a novela da noite, racistas, xenófobos, etc, etc. Enfim, como qualquer outro grupo de pessoas.
O cigarro não serve para classificar pessoas. O comportamento, sim. Fumar não é problema nenhum, quando mantido como um hábito pessoal ou de consenso. Em certas condições eu até gosto. Mas fumar na cara dos outros, principalmente de crianças e bébés em desenvolvimento não é nada tolerante. Então se se sabe, objectivamente, que crianças sujeitas a ambientes de fumo têm muito maior probabilidade de desenvolver uma série enorme de problemas de saúde, como Asma por exemplo, onde está a tolerância em mesmo assim se insistir em fumar em ambientes públicos? vejo aqui um comportamento egoísta e anti-social, não vejo tolerância.
Já agora, algumas das pessoas mais (subjectivamente) interessantes que conheço têm hábitos auto-destrutivos de variada natureza -- muito piores que cigarros. São hábitos que posso experimentar, mas em geral prefiro não replicar. Além disso, é mesmo muito difícil lidar com eles e elas. Tal como um cigarro, servem para nos estimular, para nos fazer oscilar entre a ansiedade e a saciação, para nos divertir. Mas são para deitar fora antes de se queimarem até ao filtro.
Addedum: Boa Filipe Alves!!
Deve ser em algum universo paralelo...Mais calmas, é biologicamente difícil. A nicotina é um estimulante, o que aliás é um dos seus benefícios cognitivos. Como qualquer substância que leva ao vício, a satisfação da sua necessidade produz uma sensação de calma e saciação (por efeito da dopamina). Aliás, de certa forma, um vício é uma muleta tautológica. Cria-se uma necessidade apenas para a poder satisfazer, dando ao viciado o controlo fácil da sua própria sensação de satisfação.
Mas como qualquer vício cria também ansiedade por causa da necessidade permanente de procurar a satisfação. Aliás, as pessoas mais propensas ao vício têm tendência a ser ansiosas. "People with depressive-spectrum disorders, schizophrenia, and adult ADHD tend to smoke heavily". Nunca conheci um fumador calmo, ou pelo menos que não oscile bastante entre ansiedade e calma...
Quanto a serem mais tolerantes e interessantes, bem, isso são atributos demasiado subjectivos para pode comentar. Conheço fumadores muitíssimo interessantes, tolerantes e inteligentes que adoro. Conheço também fumadores burros, sem qualquer interesse na vida se não o próximo cigarro e a novela da noite, racistas, xenófobos, etc, etc. Enfim, como qualquer outro grupo de pessoas.
O cigarro não serve para classificar pessoas. O comportamento, sim. Fumar não é problema nenhum, quando mantido como um hábito pessoal ou de consenso. Em certas condições eu até gosto. Mas fumar na cara dos outros, principalmente de crianças e bébés em desenvolvimento não é nada tolerante. Então se se sabe, objectivamente, que crianças sujeitas a ambientes de fumo têm muito maior probabilidade de desenvolver uma série enorme de problemas de saúde, como Asma por exemplo, onde está a tolerância em mesmo assim se insistir em fumar em ambientes públicos? vejo aqui um comportamento egoísta e anti-social, não vejo tolerância.
Já agora, algumas das pessoas mais (subjectivamente) interessantes que conheço têm hábitos auto-destrutivos de variada natureza -- muito piores que cigarros. São hábitos que posso experimentar, mas em geral prefiro não replicar. Além disso, é mesmo muito difícil lidar com eles e elas. Tal como um cigarro, servem para nos estimular, para nos fazer oscilar entre a ansiedade e a saciação, para nos divertir. Mas são para deitar fora antes de se queimarem até ao filtro.
Addedum: Boa Filipe Alves!!
Duelos!!!
Wheee!!! Duelos de Jazz na Forma do Jazz! Não são DJ battles, são duelos de gigantes (sem o Deus Miles, claro -- não seria justo com ele!)
Se bem que o sorteio deveria ter cabeças de série... Entao Coltrane versus Monk logo na primeira eliminatória!!! Bem, e Frazão vs. Armstrong é para a chacina! Não é justo! Já agora, porquê que Herbie Hancock, Cannonbal Adderly e os Marsalis não jogam?
Só vota quem tem opinião!
Se bem que o sorteio deveria ter cabeças de série... Entao Coltrane versus Monk logo na primeira eliminatória!!! Bem, e Frazão vs. Armstrong é para a chacina! Não é justo! Já agora, porquê que Herbie Hancock, Cannonbal Adderly e os Marsalis não jogam?
Só vota quem tem opinião!
2005-01-10
Prolonged Gratification Award: Charango
I am a big fan of half.com. When a CD, DVD, or book I get sucks, I recycle it there. I also have the longevity test. Once my CD collection passed 1000 (and I am not speaking about the Vinyl) I decided that if I see a CD in the collection that I really won't play anymore, it goes there. (of course there are other criteria that anyone who collects follows, so in some cases I may keep stuff I don't like...)
Then there are those CDs that I may not feel I want to play now, but will certainly play later. And those that I played so much that have to remain as part of my external brain.
But the best are those that whenever I spot them, I want to listen. Those that bring pleasure every time. Today I decided that Morcheeba's Charango gets a PGA (prolonged gratification award). I never tire of it. All of it. I like all of Morcheeba's previous output, but this is the best. It's now officially an old friend.
Then there are those CDs that I may not feel I want to play now, but will certainly play later. And those that I played so much that have to remain as part of my external brain.
But the best are those that whenever I spot them, I want to listen. Those that bring pleasure every time. Today I decided that Morcheeba's Charango gets a PGA (prolonged gratification award). I never tire of it. All of it. I like all of Morcheeba's previous output, but this is the best. It's now officially an old friend.
Humor fatela
Nunca gostei das piadas do tipo "Ariel lava mais branco", mas esta do "hóme" a dias também não é nada karmica -- tal como a região em causa. Também me pergunto qual a necessidade das aspas? Se calhar é para reflectir a política de tratar os palestinos como "pessoas" em vez de pessoas.
Escusam de me lembrar que há o grande e pior vice-versa: o terrorismo contra Israel que trata pessoas como eu nem consigo cogitar. Claro. Correcto. Mas Israel é que é o (1) estado (2) (supostamente) democrático; tem maior obrigação ética de tirar as aspas. O mundo precisa de mais Karma.
Escusam de me lembrar que há o grande e pior vice-versa: o terrorismo contra Israel que trata pessoas como eu nem consigo cogitar. Claro. Correcto. Mas Israel é que é o (1) estado (2) (supostamente) democrático; tem maior obrigação ética de tirar as aspas. O mundo precisa de mais Karma.
2005-01-09
Sunday Tea Zen
2005-01-08
Humor numa terra estranha
O post do José Luis Peixoto sobre a desumanidade de piadas baseadas na tragédia do sudeste asiático lembrou-me um dos livros que mais marcou a minha adolescência: O Stranger in a Strange Land de Heinelein. O tal que pode ser visto como uma recontextualização pós-moderna de Jesus Cristo.
Neste livro, o Messias Marciano chamado Mike descobre que a faculdade de rir é o que nos torna humanos. Mike demora bastante tempo a perceber o humor. Descobre-o um dia ao reparar no ciclo trágico de violência e crueldade que caracteriza o comportamento dos animais mais avançados do planeta (ele descobre isto ao ver macacos a lutar num Jardim Zoológico). Mike então conclui que a faculdade de rir sobre a tragédia é um mecanismo de sobrevivência necessáriamente humano, porque os humanos são os únicos animais com a capacidade de imaginar. É porque temos consciência e podemos imaginar o horror que temos mesmo necessidade de rir.
Supostamente, quanto mais avançada uma sociedade, menor seria a necessidade de rir -- por haver menor necessidade de imaginar o pior. O que o maremoto/tsunami do sudeste asiático mostra é que a tragédia natural pode ocorrer a qualquer altura sem descriminação dos mais ou menos eticamente avançados.
O rir tem então de ser o melhor remédio. Onde eu não consigo concordar com Heinelein (talvez não o consiga grokar) é por não perceber porquê que o rir tem de ser da tragédia que nos aflige directamente. Concordo completamente com o Peixoto a um nível emocional: não consigo, e acho repugnante, rir desta tragédia. Mas que tenho necessidade de rir para lidar come ela tenho. Rir doutras coisas, rir essencialmente de mim mesmo, mas tenho de rir para poder manter a minha sanidade e humanidade na face de tal tragédia.
Neste livro, o Messias Marciano chamado Mike descobre que a faculdade de rir é o que nos torna humanos. Mike demora bastante tempo a perceber o humor. Descobre-o um dia ao reparar no ciclo trágico de violência e crueldade que caracteriza o comportamento dos animais mais avançados do planeta (ele descobre isto ao ver macacos a lutar num Jardim Zoológico). Mike então conclui que a faculdade de rir sobre a tragédia é um mecanismo de sobrevivência necessáriamente humano, porque os humanos são os únicos animais com a capacidade de imaginar. É porque temos consciência e podemos imaginar o horror que temos mesmo necessidade de rir.
Supostamente, quanto mais avançada uma sociedade, menor seria a necessidade de rir -- por haver menor necessidade de imaginar o pior. O que o maremoto/tsunami do sudeste asiático mostra é que a tragédia natural pode ocorrer a qualquer altura sem descriminação dos mais ou menos eticamente avançados.
O rir tem então de ser o melhor remédio. Onde eu não consigo concordar com Heinelein (talvez não o consiga grokar) é por não perceber porquê que o rir tem de ser da tragédia que nos aflige directamente. Concordo completamente com o Peixoto a um nível emocional: não consigo, e acho repugnante, rir desta tragédia. Mas que tenho necessidade de rir para lidar come ela tenho. Rir doutras coisas, rir essencialmente de mim mesmo, mas tenho de rir para poder manter a minha sanidade e humanidade na face de tal tragédia.
2005-01-07
Restaurante Tailandês
Passei cinco semanas em Lisboa e não tive tempo de ir ao meu restaurante Tailandês favorito! O Bangkok de Cascais é do melhor...
2005-01-05
Earthquakes, philosophy and the Tambourine Girl
Check out the Gary Leupp enjoyable article about Meaning and Meaninglessness of Earthquakes and Tsunamis on counterpunch. He offers a very interesting summary of the theological and philosophical debates stirred by the Lisbon Earthquake and Tsunami of November 1, 1755.
I have been reading Woody Allen and Philosophy: You mean my whole Fallacy is Wrong? So I was already having all sorts of internal debates (I am a libra after all) about meaning and nihilism. Some days I wake up and the World feels better with Kant (that's when I believe that being a libra matters, and this blog is more Zen;-), sometimes I am all mechanistic reason (and this blog gets all clinical). If only I could wake up like Charlotte -- I would never leave home (for more reasons than one)!
Of course I agree with Gary Leupp that we should respond with reason and compassion. But just for a few hours today I need some hedonist escapism. Is that so bad? I haven't seen the Sun since I left Lisbon a week ago. It's been raining in Bloomington for 7 straight days!
I remember one such week in New York circa 1995, when my friend Tabea Linhard and I reached the deep conclusion that all problems of meaninglessness could only be solved with unadulterated naivete. Our motto became: "The World Needs a Tambourine Girl!". This sentence alone transported us from the upstate New York Winter Gloom to places like Santa Barbara, the Caribbean, Mussulo, etc. And so we wrote the lyrics and demo for a song that we would present at that altar to ABBA that the Eurovision Song Contest is. No, we never took our tambourine girl to the Eurovision, but I still play the crappy demo when I am in serious need of escapist Zen.
I have been reading Woody Allen and Philosophy: You mean my whole Fallacy is Wrong? So I was already having all sorts of internal debates (I am a libra after all) about meaning and nihilism. Some days I wake up and the World feels better with Kant (that's when I believe that being a libra matters, and this blog is more Zen;-), sometimes I am all mechanistic reason (and this blog gets all clinical). If only I could wake up like Charlotte -- I would never leave home (for more reasons than one)!
Of course I agree with Gary Leupp that we should respond with reason and compassion. But just for a few hours today I need some hedonist escapism. Is that so bad? I haven't seen the Sun since I left Lisbon a week ago. It's been raining in Bloomington for 7 straight days!
I remember one such week in New York circa 1995, when my friend Tabea Linhard and I reached the deep conclusion that all problems of meaninglessness could only be solved with unadulterated naivete. Our motto became: "The World Needs a Tambourine Girl!". This sentence alone transported us from the upstate New York Winter Gloom to places like Santa Barbara, the Caribbean, Mussulo, etc. And so we wrote the lyrics and demo for a song that we would present at that altar to ABBA that the Eurovision Song Contest is. No, we never took our tambourine girl to the Eurovision, but I still play the crappy demo when I am in serious need of escapist Zen.
2005-01-04
Nicotina ou descuido?
O Guardian fala hoje de um estudo feito por Investigadores do Children's Environmental Health Center no Cincinnati Children's Hospital Medical Center, que descobriu uma relação estatística inversa entre capacidades cognitivas de crianças e a concentração de cotinina (uma substancia produzida quando a nicotina é processada pelo corpo) no sangue, urina, etc. Concluem assim que o fumo passivo reduz as capacidades cognitivas das crianças.
Como já escrevi aqui, acho que deveria haver muito maior controlo do fumo passivo, sobretudo na presença de crianças. Mas estudos deste género não demonstram uma relação causal entre as duas coisas. Provavelmente as crianças mais afectadas por fumo passivo vivem com pais que são suficientemente estúpidos (com o que se sabe hoje em dia) para criar uma ambiente de fumo para os seus filhos... Talvez por isso, a reduzida aptitude cognitiva de crianças sujeitas a fumo passivo não seja causada pelo fumo em si, mas por factores genéticos e ambientais.
Não estou a dizer que quem fuma é estúpido, estou simplesmente a dizer que a existência de crianças com altos níveis de exposição a fumo é provavelmente uma indicação de um ambiente familiar descuidado, de onde poderá resultar a tal redução demonstrada de aptitude cognitiva.
Nota final: não percebo porque o Guardian fala hoje deste estudo, uma vez que foi feito em 2002...
Como já escrevi aqui, acho que deveria haver muito maior controlo do fumo passivo, sobretudo na presença de crianças. Mas estudos deste género não demonstram uma relação causal entre as duas coisas. Provavelmente as crianças mais afectadas por fumo passivo vivem com pais que são suficientemente estúpidos (com o que se sabe hoje em dia) para criar uma ambiente de fumo para os seus filhos... Talvez por isso, a reduzida aptitude cognitiva de crianças sujeitas a fumo passivo não seja causada pelo fumo em si, mas por factores genéticos e ambientais.
Não estou a dizer que quem fuma é estúpido, estou simplesmente a dizer que a existência de crianças com altos níveis de exposição a fumo é provavelmente uma indicação de um ambiente familiar descuidado, de onde poderá resultar a tal redução demonstrada de aptitude cognitiva.
Nota final: não percebo porque o Guardian fala hoje deste estudo, uma vez que foi feito em 2002...
Blogs as a learning tool
I have been very busy preparing an Intro to Informatics course, so I have not been posting much here. One experiment that I am making this year is to use blogging as a learning tool. We have created a course blog (Infoport) to post lecture notes, materials, assignments, etc. Each student will also be required to create a blog to ask questions and contribute to the course. Let's see how it all turns out. Wish me luck!